Eu tenho uma sobrinha de cinco anos que todas as vezes em que ela vê uma gordinha, em algum anúncio, ela diz que é a tia Keka. Somos muito parecidas em vários aspectos, e nos damos muito bem. Parece amor... e é! Mas essa mesma menina que me ama já me desconvidou para o seu aniversário na escola com o argumento de que eu não caberia na cadeira.
Ela é uma criança e por mais que a mãe, que é magérrima, não tenha preconceito contra gordos, Valentina sofre influência do meio exterior. E tenho certeza de que sua cabecinha, assim como a de milhares de crianças, deve ficar super confusa. Afinal, como ela pode amar a tia, que é uma mulher gorda, se todos dizem que gordos são feios?
A nossa tarefa, enquanto adultos e responsáveis pela educação dos nossos futuros jovens e de uma sociedade menos preconceituosa, é justamente mostrar que a diversidade é tão interessante que as pessoas podem e devem preservar suas individualidades para serem diferentes.
A despadronização de um modelo de beleza é lento e atribulado, e as crianças devem ser um dos principais alvos dessa desconstrução por meio de exemplos. A menina que cresce acreditando que a boneca Barbie é o ideal de beleza, por exemplo, diante da cobrança exacerbada da sociedade, corre sérios riscos de se tornar uma adolescente frustrada, anorexia, bulímica e até mesmo obesa. E isso fará com que ela coloque o próprio corpo e as suas formas como ponto central de toda a vida, esquecendo, de fato, de viver o que deve.
Foi pensando nesta nova maneira de mostrar às meninas que todos podemos ser bonitos, que o designer Nickolay Lamm criou Lammily, uma boneca com formas e beleza mais reais, parecidas com a maioria das mulheres. A boneca era, no começo, apenas uma versão digital para comparar como seria a Barbie com medidas e proporções semelhantes às das mulheres reais. Mas após vários pais e filhos procurarem pela "Barbie Normal" para comprá-la, a ideia foi materializada e a boneca lançada.
Lammily, além das formas com medidas mais reais, ainda pode vir com estrias, celulites, espinhas e arranhões que ficam disponibilizados em uma cartela para que as crianças colem onde quiserem. Desta forma, a "imagem" da boneca se torna ainda mais próxima da realidade de algumas meninas e mulheres.
A própria Lammilly estreou um vídeo, o #DoYou, no qual mostra vergonha de vestir biquíni e só se liberta depois de perceber que até as meninas que ela considera lindas de perto também não são perfeitas.
FONTE: Portal MSN
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